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domingo, 19 de agosto de 2012

Pedacinhos de amor...



Espalho meu amor nas entrelinhas da vida, escondo um pedacinho sob o travesseiro para perfumar os sonhos, deixo um pouco de reserva sobre o parapeito da janela de meus olhos, distribuo porções entre cada um dos seres que me querem bem. Adiciono à gorjeta no restaurante ou na compra do pão, misturo na receita da comida de domingo, ou mesmo na de segunda-feira. Coloco uma parte no abraço que dou na amiga que não vejo há muito tempo, ou para a outra que vi faz apenas um dia, mas que precisa de uma dose adicional de carinho. Deixo no recadinho de aniversário, no olhar que troco com um filho, na conversa tarde da noite com uma pessoa distante e querida, ou com a filha que receia a dor que faz crescer por dentro. Coloco uma pitadinha junto com o açúcar do café da manhã, no suco que vou servir para a visita. Também no bom dia para o porteiro ou para a vizinha que pouco vejo, mas que sempre tem um sorriso para dar em troca e cuja cachorrinha faz muita festa quando me vê.
Mesmo assim, já percebi que por mais que eu gaste e espalhe esse amor por aí, mais eu tenho, mais ele retorna para mim. Porque o amor é a grande mágica que Deus empregou na concepção humana - resolve desavenças e diferenças, aumenta as afinidades, alimenta as amizades. O amor usa uma linha direta e exclusiva com todos os outros corações!

 

Sair do Casulo...


- Mãe, porque dói tanto sair do casulo?
- Qual casulo?
- O casulo da vida... como as borboletinhas... desabrochar para a vida...
- Sair do casulo é necessário à sobrevivência delas, independente da dor. A qual casulo se refere na vida humana?
- Ao amadurecimento....
- Dói sim... Não queremos perder a proteção e a inconsciência do casulo. O sofrimento favorece e acelera o amadurecimento. Podemos amadurecer naturalmente, mas isto é raro. A alegria não deixa espaço pra isto. A dor provoca a reflexão. Sabe que sem essa passagem as borboletas não sobrevivem? É a dor que as torna fortes para viver e voar.
- Tomara que me deixe forte mesmo, mãe, porque às vezes eu acho que sem você, sem o papai, eu desmoronaria. Porque eu não me sinto madura ainda. Não sei o que a vida me reserva...
- Então, está passando da hora - nosso tempo esta acabando. Esta é minha maior angústia em relação a você. Não sei o que será de você se formos antes que se independa completamente...
- Mas vocês não vão, não é?
- Só Deus sabe esta resposta, filha, nunca sabemos quando iremos partir. Quero deixar você bem. Eu te amo tanto!
- Eu te amo muito também, mãe! Gosto de ter você por perto.
- Eu também.
- Você me conhece. Sabe que, mesmo eu não sendo tão presente, não é por falta de amor nem vontade. É porque eu sou assim mesmo, desligada. Não é por mal!
- Preocupo-me por você não estar ainda independente. Tudo pode mudar de uma hora para outra.
- Eu penso sobre isto também, por isso tenho tanto medo. A vida é muito frágil!
- Sim.
- Tenho medo de ficar sem as pessoas que eu amo, sou apegada demais.
- Eu era assim com meus pais. Especialmente minha mãe. Tive que me adaptar.
- Eu também sou assim, especialmente com você. Você é tão igual a mim! Eu sei que é! Só não entendo como, mesmo sendo tão iguais, eu ainda seja tão imatura. Mesmo você sempre me aconselhando tão bem, me dando todas as coordenadas que eu preciso. Eu só consigo aprender sofrendo, não consigo naturalmente.
- Talvez o sofrimento tenha me ajudado a amadurecer mais rápido. Pode acontecer o mesmo com você. A luta faz parte do processo da vida.
- Mas eu sofro com isto. Sofro por ser assim.
- Então decida mudar - só você pode fazer isto.
- É verdade!
- Comece por pequenas coisas, pequenos problemas, não aceite ser prejudicada. Reaja, exija seus direitos!
- Pois é, eu sou assim, só consigo resolver coisas pequenas. Quando a coisa aperta eu peço ajuda pra alguém.
- Ser ajudada faz parte do aprendizado. Mas de vez em quando você tem que aprender a voar sozinha.
- Mas eu sempre quero além da ajuda, quero que alguém faça por mim. Eu quero mudar pois é ruim essa coisa que eu sinto às vezes de estar num casulo.
- Se já sabe isto, fica mais fácil mudar. Pior seria se você não enxergasse isto!
- Isto é verdade!
- Faça enquanto estamos por perto para ampará-la, se for preciso. É como um ensaio e ensaio não é a peça oficial. Esta vai começar quando não estivermos mais por perto. Mas, ainda há muito tempo, não fique triste. Estou-estamos por aqui ainda...
- E estarão para sempre no meu coração. Eu te amo, mãe. É tão bom poder contar com você!
- Eu te amo filha, muito mesmo!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Cabo de Guerra

Nem sempre nossas escolhas são simples e rápidas de serem feitas. Nem sempre as alegrias são tantas que podem superar a força das adversidades e das tristezas. Nem sempre nossos pensamentos se eternizam nos melhores ou damos o melhor de nós mesmos em cada situação que nossas escolhas nos colocam. Ora estamos de um lado, ora estamos do outro de um cabo de força imaginário, vivenciando uma disputa constante dentro de nós mesmos. Vence o lado que está melhor preparado ou fundamentado em convicções profundas. Constatar isto em nós mesmos não significa despreparo de nossa parte, fraqueza de caráter ou que não sabemos ainda o que queremos da vida. Aprendemos a cada dia; crescemos e nos transformamos em alguém que não fomos no dia, ou na situação anterior. Significa que estamos vivos, que temos metas e ideais a serem alcançados. Para que isto ocorra de fato, muitas vezes temos que abrir mão de um lado, mesmo que em algum momento ele tenha sido o mais importante e o de maior peso para nós. Mas, em algumas situações, ele se materializa na disputa entre entregar os pontos e reagir para nos manter ativos, inteiros, apesar de todos os pequenos fatos que despedaçam nosso coração. Outras vezes, fora e independente de nós, determina o vencedor da luta entre a vida e a morte. Ora a medicina nos salva, ora ela se torna impotente diante da doença. Porém, em todos os casos, é a força e a sabedoria do Criador que determina o tempo de semear, de cultivar, de colher e de partir...

Valores Invertidos

Neste país, onde os bons exemplos não são abundantes, quando um acontece vira notícia, ainda que não tenha o ibope daquele que segue o caminho contrário. Constatamos, não sem tristeza, que o comportamento que deveria ser usual se torna exceção e que nem todos permanecem fiéis aos princípios morais que lhes foram ensinados, quando um caminho mais fácil se abre paralelo ao anterior. Com tantas mudanças na moral – pública e pessoal, para praticar a exceção das falsas regras vigentes ainda encontramos, por todos os cantos do planeta, seres que aprenderam desde o berço, com a própria experiência ou com a alheia, que tudo que se ganha de forma escusa, se perde em maior proporção em dignidade. Para ganhar a confiança na própria capacidade de atingir metas e vitórias pelo próprio esforço, passam longe da mentira das vantagens, do lucro fácil e rápido, dando às coisas e aos fatos o valor atemporal da honestidade.

Última Gota



 
Ainda que assim pareça ao primeiro olhar, "não é a última gota que faz transbordar o copo, mas a soma de todas elas". Com a saudade também acontece assim – os fatos vão passando, as lembranças vão se acumulando na mente e se somando no coração, pelos mesmos ou por motivos diferentes, ainda quando a causa original é uma só. Acontece uma espera sem encontros aqui, uma despedida antes de saciar a presença ali, uma presença que não foi à altura do tempo que se esperou acolá. Pode ser a saudade de uma fase, de um momento, de um beijo, de um abraço, de um afago, de uma palavra – de mãe, de pai, de irmão, de amigo, de um amor que foi muito bom enquanto durou... Tudo isto vai se somando e se acumulando como uma represa dentro de nós. E em certo momento tudo isto transborda, extravasa e se espalha em volta do nosso coração – e ele parece afogar de tanta saudade....

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Fora da Regra Geral




Ser diferente da grande maioria incomoda a alguns, causa temor a outros, indispõe com muitos. Mas também atrai a simpatia de outro grupo, que vê nessa postura um “modus vivendi” especial. Por própria opção, seguem por um caminho meio escondido e nem sempre mais fácil para trilhar, o que não significa menos digno que os demais. Atendem a um chamado interno, investigam em busca de explicações, buscam um sentido maior para o que pensam e fazem - ou para a própria vida. Não tomam a direção previsível, cômoda ou a mais fácil para a maioria. Atraem um segundo olhar e promovem reflexões naqueles que os observam. Têm princípios próprios, nadam contra a correnteza, pensam e sentem sob um novo foco. Fazem coisas que até Deus duvida - mas, fazem! Dizem! Alguns se colocam à frente de seu tempo e suas ações muitas vezes se revelam como uma prévia do futuro. Não seguem a fila, fogem dos padrões. Comprovam, a cada dia, a extraordinária arte de viver o incomum.

Delicadezas do ser...

 
 
Semeie alegrias e esperanças por onde passe, com o propósito de fazer alguém mais feliz. Com esta finalidade, todos os esforços são válidos e as boas iniciativas bem-vindas. São os resultados alcançados que irão realimentar as energias empregadas. Ser feliz consigo mesmo é o pré-requisito básico, a fim de se obter qualquer resultado neste sentido. Não são necessárias ações mirabolantes – bastam algumas pequenas atenções, um pouco de carinho, saber enxergar a verdade, saber ouvir, valorizar cada ação, por mais simples que seja, pois é a base para a confiança se apoiar. Não postergar o atendimento de pequenos pedidos, mesmo que eles não tenham a mesma importância para você. Cada ser é único e precisa ser visto e se sentir assim. Na vida corrida das grandes cidades, a reclusão voluntária está se tornando comum. Por isso, mesmo que seja à distância, virtualmente ou de pertinho, de coração para coração – é importante dizer com palavras e atos – “você é muito importante para mim!”