Penso que a maioria de nós, seres humanos, nos
vemos melhores do que somos realmente. Não significa que isto seja admitido verbalmente
– não fazemos isto nem mesmo para nós. Fica apenas subentendido nas
entrelinhas, nas reticências, nos parênteses da vida. Certamente, damos a essas
atitudes outros nomes, como otimismo, auto confiança, amor próprio etc.
Encontramos sempre razões, motivos e porquês para agir de um jeito e não de
outro e acreditamos que todas as nossas ações e reações são justificáveis.
Quando as circunstancias da vida assumem para
si a tarefa de revelar nossa face oculta, uma grande parte descobre que o
remédio da realidade é forte e amargo e que desenvolver a capacidade de se auto
avaliar não é um tratamento indolor. Apesar do esforço para nos mantermos
equilibrados, ainda tropeçamos na vaidade, no orgulho, na intolerância, na
impaciência, no egoísmo, no rancor... para citar apenas alguns de muitos defeitos.
Tem início, para quem está disposto, o esforço consciente de mudar, de aceitar,
de corrigir, de repetir... quantas vezes e por quanto tempo for necessário, até
que uma melhora se revele. Quanto aos outros, continuarão a enxergar a sua
falsa imagem, enquanto o mundo enxerga a verdadeira.
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