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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pela estrada Afora...


Pela estrada da serra você foi comigo.
Resgatar imagens de um passado que deixei.                               
Procurar entre as lembranças da menina,
A essência da mulher que me tornei.

Subi serras, escorreguei pelas ladeiras,
Tomei banho em cachoeiras de cristais,
Lavei lágrimas na chuva quente de janeiro,
Troquei saudades pelo presente que encontrei.        
 
Andei por caminhos de pedra e de asfalto.
Descobri com você tantos sonhos e emoções.
No contorno das serras desenhei alegrias,
Apaguei velhas tristezas que passei.

Pela estrada do ouro e do diamante,
Trouxe um tesouro maior do que busquei:              
Bem guardado no coração da minha filha,
O amor de amiga que sempre desejei.


Para minha filha Liara, companheira desta inesquecível aventura!

Flor Imagem



Do outro lado do espelho há uma flor,
Presa na moldura, entre o vidro e o papel.
Tão bonita de se ver, impossível de tocar -
Só uma flor distante a me olhar.

Do outro lado do espelho há uma mulher,
Diante da mulher do lado de cá,
Que olha a flor do lado de lá.

Sempre-viva a flor,
Viva sempre a mulher.
Mesmo invertendo a ordem –
ou trocando de lugar...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Prisão Sem Grades

 
 
Quanto mais próximo o barco ficava da cachoeira, mais forte ficava a correnteza! Angustiada, ela via o perigo se aproximar à sua frente, sem que conseguisse fazer qualquer coisa, com receio de tomar a decisão errada. Sem remos para tentar mudar o curso do barco, ela avaliou as duas opções disponíveis: continuar como estava ou se atirar na água. Na primeira, concluiu que teria pouquíssimas chances de sobreviver à queda livre do alto do penhasco até o leito do rio, que corria pelo terreno acidentado há mais de trezentos metros abaixo. Na segunda, se pulasse na água, era quase certo que se afogaria, pela falta de preparo e força física para nadar contra a correnteza. Agindo de uma forma ou de outra, o final da história parecia previsível e inevitável! Nesse ponto de suas avaliações, o medo já começava a paralisar suas reações. Sua mente, acuada, forçava-se a encontrar uma saída. Reconsiderou toda a situação mais uma vez e chegou à conclusão que, se pulasse na água, poderia até não conseguir alcançar a margem, mas, pelo menos morreria tentando se salvar. O contrário disso seria apenas esperar que a morte viesse ao seu encontro, sem nada fazer. Num impulso inesperado, não sabe se de coragem ou desespero, segurou a respiração e se atirou na água! A força da correnteza imediatamente carregou seu corpo, enquanto ela se debatia, tentando subir à superfície. Quando já começava a acreditar que tudo estava perdido, ACORDOU!
 
Isso mostra que nossos medos e receios muitas vezes nos mantêm numa prisão sem grades! Diante de um momento difícil, o primeiro passo é manter a calma. Os fatos nem sempre são o que parecem ser ao primeiro olhar ou à primeira avaliação!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Revelações de uma aprendiz de poeta

Sinto tudo o que escrevo, mas nem tudo que escrevo eu vivo. As palavras, nas mãos de uma aprendiz de poeta, se revelam em suas mil faces, mas todas elas estão subordinadas ao gosto de expressar sentimentos que são comuns a todos os corações. Escrevo meus pensamentos assim como quem tece uma malha, para entregar como um presente especial a alguém querido. Construo a trama com atenção e carinho para não perder o fio e assim evitar que tudo se desmanche ao toque da realidade. O escrito, assim como a malha, mais do que simplesmente agasalhar os pensamentos, deve emprestar beleza e proporcionar conforto e comodidade ao dia a dia de quem o lê. Muitas textos já escrevi, como quem tece um pensamento, que se transforma em um sonho, que desperta uma esperança e cria uma história de amor e superação. Muitas malhas já teci, como quem escreve uma carta de amor, onde ficam registrados pensamentos e sentimentos, recordações felizes de um outro tempo e que irão permanecer em quem a usou, mesmo depois que ela deixou de existir!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Quão amigas?


Elas são como irmãs amigas,
Ou será que são amigas irmãs?
São amigas, mas não são irmãs.
São irmãs de coração e amigas de toda uma vida!

Quando se encontram, o tempo volta, o riso fica fácil.
Quando se afastam na distância física,
O coração traz de volta e prende.
São amigas de ontem, de hoje, de todos os dias.

Se faz um tempo bom na vida, comemoram juntas,
Se o tempo fecha e a chuva cai, seus braços acolhem,
Se é primavera, trazem flores e presentes,
São amigas de alegrar o coração e colorir a vida!


Para Lea e Lisette - amigas de sempre!

Outra vez...

 
 

 
A cada dia que passa fico um pouco mais longe da parte de você que guardei dentro de mim. Um processo necessário, ainda que indesejável, pois ninguém quer realmente carregar pela vida uma lembrança que o tempo não conseguiu confirmar. Preciso seguir em frente, transmutar sentimentos e esperanças em atitudes e objetivos mais palpáveis.
Devagar vou redescobrindo que o amor se manifesta e se doa de formas variadas, sem os arroubos e precipitações da juventude e que é necessário adequar os próprios sentimentos e expectativas ao que é possível. Novas amizades chegam e amigos antigos se tornam mais presentes, seguindo o ciclo incansável da vida! Aparentemente, tudo se mantém sob controle!
Acontece que o meu coração por vezes funciona como um órgão independente e coloca por terra meus tolos propósitos de esquecer o que ele tanto quer! Quando me dou conta, ele já deixou passar pequenos sonhos e trouxe de volta algumas esperanças, sem que isto signifique uma cobrança disfarçada de sua parte. Só então descubro, não sem uma certa surpresa, que são eles que fazem eu me reaproximar da parte de você que escondi dentro de mim - outra vez...

Momentos


Tantas coisas ainda por dizer, mas o tempo é cada vez mais curto, mais corrido! A vida passa cada vez mais rápido, como a paisagem vista através da janela de um trem em alta velocidade. Apenas por vezes, o que vivemos nos parece tão bom e tão bonito, que sentimos vontade de parar e apenas caminhar, para podermos desfrutar por mais tempo daquele momento especial. Outras vezes, sentimos vontade de pedir ao condutor para acelerar a máquina, para que os momentos difíceis passem mais rápido ou que a dor passe mais depressa, até que de novo a paisagem do outro lado da janela volte gradualmente ao normal. Há também aqueles momentos em que tudo nos parece sem sentido e desconectado entre si. Infalivelmente nos perguntamos o que fizemos que não valorizamos os bons momentos enquanto eles aconteciam ou por que não aproveitamos melhor as oportunidades que a vida nos deu. Uma possível explicação é que estamos sempre desejando o que vem depois do agora, na esperança que ele seja ainda melhor! Não consideramos a possibilidade de que o momento presente é o melhor que a vida pode nos oferecer.

Para Sempre...


fique ainda junto de mim,
mesmo quando a minha juventude se for
e a minha luz começar a se apagar.

fique aqui, junto de mim e tente curar-me,
quando a inconsistência de meus sonhos
tornar a dor de viver insuportável.

e mesmo se eu quiser fugir, fuja comigo.
juntos encontraremos um lugar mais desejável,
longe de nossas tristezas e desilusões.

fique ainda junto de mim, mesmo em silencio!
saberei ouvir suas palavras mudas e responder com gestos,
aqueles que seu coração saiba entender.

apenas fique junto de mim, até o último instante!
quero guardar a imagem de seu rosto no fundo de meus olhos,
para saber reconhecê-lo quando outra vida nos aproximar...

O Que Posso Desejar?

 
 
O ano começou trazendo novas esperanças e os planos remanescentes de outros anos que não foram realizados. A lista é razoável e soma-se aos novos propósitos que formulei. “Desta vez vão sair do papel”, penso eu, com o objetivo de tornar-me cúmplice de mim mesma. Mas, o caminho que leva a cada um deles não segue em linha reta – exige esforço e dedicação de minha parte, além de um bom senso de orientação para não desviar-me da rota principal. Este fato se repete ano após ano, deixando a impressão que pouco avancei na escola da vida e que estou sempre a repetir as lições que não aprendi no ano anterior.
Mas, se estendo a comparação para um tempo mais atrás, revejo os obstáculos que encontrei pelo caminho e recalculo o impulso que precisei dar para vencê-los e superá-los. Estes são pontos a meu favor! Mesmo assim houveram outros diante dos quais fracassei, sem contar aqueles que ainda terei pela frente, sem ter garantias quanto aos seus resultados. Mas, cada pequena vitória obtida contra minhas fraquezas, imprime uma característica melhor à fisionomia do meu espírito e da minha alma. Isto é o que posso e devo desejar para mais este ano de vida!