Dedilho, em minha mente, as notas que tocam meu coração... A música da vida não pode parar, mesmo que por vezes a sinfonia seja executada num compasso mais lento e comedido. Os músicos, sempre que suas vidas transitórias assim o determinem, são substituídos de forma a que não se perceba nenhum vestígio de interrupção na obra prima da orquestra.
Através do som que preenche meus ouvidos, flutuo entre o aqui e o mais além. Ouço vozes e vislumbro imagens, que ficaram presas na armadilha de algum momento que não esqueci. Deixo que elas marquem minha retina, na busca de perpetuar o que não pode morrer dentro de mim...
Entre as paredes vermelhas de meu coração aprisiono sentimentos ou guardo momentos inesquecíveis, vontades insistentes e o inconformismo diante de um futuro que não se cumpriu.
Depois de algum tempo, o som da melodia suaviza a saudade, a dor do amor que tive um dia e que perdi, mas que ficou resguardado em algum recanto da minha alma. Por fim, na esperança de despertar dentro de mim, adormeci...
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