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terça-feira, 19 de junho de 2012

Equilibrista



No cabo de aço ele caminha nas alturas, braços abertos como as asas de um pássaro em pleno voo. A visão é bela e ao mesmo tempo angustiante! Provoca, em quem vê, o receio do próximo instante. Deixa a respiração em suspenso, como se o próprio ar que sai dos pulmões possa desestabilizar seu precário equilíbrio. Os tambores ruflam ao fundo, para dar ao ato o som do risco, o que faz aumentar o suspense diante da visão irreal do equilibrista completamente solto no ar. Devagar ele segue, passo a passo. Por vezes finge que balança, para valorizar o desafio – afinal, ele só é um espetáculo se houver um risco constante e iminente. É belo o show e ao final da trajetória o artista reverencia a plateia – precisa assegurar a propaganda de boca em boca dos presentes, para que haja assistência às próximas sessões!

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