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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Jogo do Poder

 
 
 
Há muito percebemos que nem tudo que chega até nós, meros contribuintes, é a representação da verdade. Tudo é manipulado e manipulável. As grandes verdades ficam mais atrás, silenciadas para nós e compartilhadas apenas entre aqueles que se beneficiam delas. Nossas escolhas são mal interpretadas ou desvirtuadas, para atender às demandas políticas. Afinal, os interesses deles estão em primeiro lugar, bem acima dos interesses de quem lhes paga a boa vida. Fingem que fazem e por muitos anos nos contentamos com a esperança da melhora. Esperamos tanto que nos cansamos nas filas de hospitais, de ônibus, metrôs, nos engarrafamentos das ruas esburacadas e mal cuidadas, na educação que só tira nota mínima, na segurança que não defende o povo. Cansamos de pagar sem receber!
Contudo, o poder não o é porque sim. Sabe manipular, sabe distorcer, sabe desmentir ou até dizer que não soube e nunca viu. Até que, nunca antes, na história desse país, se viveu tanta abundância, tantos empregos, tanto desenvolvimento, tanta honestidade! Melhor seria dizer que nunca antes, na história deste país, se viu tanta vaidade e tanta prepotência falsamente emocionada, para negociar e trazer o que não pedimos e não é imprescindível. Esta foi a desculpa da vez para empregar tecnologia de ponta e erguer falsos monumentos, superfaturar o orçamento e distribuir a maior parte entre eles, sem nem as sobras restarem para as obras prioritárias. O que sabem é inventar a outra estória, que será contada e repassada para as gerações futuras, com todo jeito de história de verdade, porque ela sempre é contada pelo lado que domina o jogo.
Constatamos, com indignação, que um dos maiores aliados deles ainda continua sendo o “Poder do Jogo”, que promove desvios oportunos de atenção e de interesse daquilo que realmente é importante. Sob o sol escaldante do meio dia, filas enormes de torcedores se formam para a compra de ingressos, numa cidade que nem time de peso tem. Foi preciso “importar” de outras capitais, para justificar a utilidade do elefante branco. Acima de tudo, todas as pequenas coisas, que por ventura apareçam, se transformam em grandes problemas, para desviar a nossa atenção da falta de atenção deles às demandas da grande massa da população. Porém, infelizmente para nós, do lado de cá e aproveitando a deixa do dito fenômeno, do lado de lá, doenças não se curam em estádios, educação não se adquire nas arquibancadas, o transporte não é eficiente para o trabalhador do mesmo modo que é eficiente e de graça, para levar o povo ao estádio. E a polícia, que não nos livra de todo mal, diz amém para eles. O triste da situação é que, quem depende realmente desses mausoléus para aumentar suas fortunas, não precisa passar pelos horrores dos serviços médicos de um hospital público. Os jatinhos particulares estão a postos, para levá-los para onde têm atendimento de primeiro mundo.
Tudo isto reafirma a nossa certeza: mesmo que só alguns escolham, todos são governados!

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