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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Meu Pai - Meu Herói Favorito


 
 
O tempo completou mais um ciclo e de novo eu me vejo diante da mesma data. A mesma saudade já conhecida volta a se espalhar pelos vãos do meu coração, confirmando que as ausências se fazem presentes através dos sentimentos. Recordar sua presença calma, amiga e silenciosa, capaz de sustentar a fortaleza de minha mãe e de seus filhos, desperta em mim uma imensa gratidão. Ela era mais falante, enquanto você se mantinha cuidadoso com as palavras. Cada um contribuía, à sua maneira, para a realização do objetivo comum de criar os oito filhos, de forma a fazer deles pessoas de bem.
Mesmo que hoje a verdade seja clara para mim, na minha ignorância de menina adolescente, muitas vezes interpretei seu silêncio de palavras como distanciamento afetivo. Minha mãe representava a ponte que me ligava a você - para as permissões e as proibições de meus pequenos desejos. Ela era a sua voz, mesclada com as cobranças e os carinhos de mãe.
Mas, num certo ponto da vida, que não sei determinar exatamente quando, sua figura começou a ganhar espaço e se tornar mais nítida no meu coração, à medida que o tempo passava e as experiências da vida me colocavam frente a frente com seu carinho e sua proteção. Esta foi, muito provavelmente, uma descoberta mútua, porque também deixei de ser apenas a filha mais nova, sempre agarrada à barra da saia de minha mãe, para me tornar parte integrante e atuante também na sua vida.
Você me surpreendia a cada nova experiência, mostrando-me um lado da vida que eu desconhecia até então. Com o tempo aprendi que você tinha uma maneira diferente de dizer “eu estou aqui”, ou, “pode contar comigo e com o meu amor”, ou ainda, “eu cuido de você, sempre que for necessário”. Com sua voz calma e pausada, ou mesmo sem palavras expressadas, manifestava sua bondade através de pequenas atenções e oferecia seu amor sem reservas ou cobranças embutidas. Seus conselhos eram objetivos e certeiros, para cada novo desafio imposto a nós pelas circunstâncias. Foi convivendo com você  que eu aos poucos compreendi que para uma mulher ser forte ela deve contar, além de seus próprios méritos, com um homem especial que a ajude, a ampare e a permita ser assim...
 

Um comentário:

Anônimo disse...

Bonita homenagem, Iris.

Belíssima, eu diria...