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domingo, 26 de junho de 2011

O Amanhã Começa Hoje


Se houvesse algum tipo de reagente para aplicarmos à nossa vida, que pudesse colocar em destaque todas as pequenas oportunidades que perdemos e que se mantiveram ocultas ao nosso entendimento, certamente compreenderíamos melhor a situação que estamos no presente. O contrário também é válido, para podermos identificar as que aproveitamos e assim entendermos melhor o que fez a diferença para as nossas conquistas e favoreceu nossos momentos de felicidade.
Quase sempre pensamos em grandes oportunidades para determinar e justificar o rumo de nossa história. Procuramos no macro, esquecendo que, muitas vezes, os micro elementos mudam o rumo da história sem que nos demos conta. Pequenas oportunidades aproveitadas ao longo de nosso dia modificam a rota imperceptivelmente, mas, ao longo dos anos determinam estarmos aqui e não lá; sermos isto e não aquilo; termos algo e não termos; estarmos com este homem ou esta mulher e não com aqueles outros – ininterruptamente! Como muitas vezes elas são aparentemente insignificantes, nossa falta de conhecimento ou de visão, no presente, não permite que identifiquemos a diferença que aproveitá-las ou não, pode fazer ao nosso futuro! Precisamos lembrar que o amanhã sempre começa hoje!

A Dama da Noite


Com toda a certeza, ela não é a maior, nem a árvore mais bonita do jardim! Pode passar despercebida ao observador mais atento – aparentemente, não tem nada especial. Na maioria das vezes é de porte médio e suas flores, de coloração creme-esverdeada, são bem pequenas e permanecem quase invisíveis durante o dia, misturadas entre suas folhas. Quando a noite cai, porém, presenciamos uma significativa transformação. Suas pequenas flores se abrem, tornando-se mais visíveis, e delas exala um intenso perfume, que atrai a atenção! O nome dessa árvore não poderia ser mais apropriado e sugestivo – Dama da Noite!
Outro dia, saí para fazer uma caminhada ao anoitecer. Em certo momento, com a mudança na direção do vento, meu olfato imediatamente captou uma fragrância bem peculiar. Olhei à minha volta, tentando localizar sua origem. Depois de alguns instantes perscrutando a penumbra, encontrei, bem no cantinho de um muro, nada menos que um exemplar dessa encantadora dama. Se não fosse o seu aroma característico, provavelmente teria seguido sem vê-la. Fiquei a admirá-la durante algum tempo, deixando seu perfume me envolver e revirar minhas lembranças. Quando reiniciei a caminhada, meu pensamento ainda continuou preso naquela singela ocorrência.
Refleti que muitos seres, de certa forma, também são assim! Enquanto tudo está bem em nossa vida, se mantêm quase invisíveis e nenhuma atitude deles prende a nossa atenção ou os diferencia dos outros. Reservados dentro de si mesmos, nada neles deixa transparecer seu potencial e as qualidades que os individualizariam frente aos demais. Até que, numa virada da vida, no momento necessário eles se mostram como realmente são e passam para nós toda a beleza e graciosidade de sua alma, o que antes não conseguíamos perceber! Como uma pequena “Dama da Noite”, eles marcam e mudam as nossas vidas para sempre!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Miragens...


Sempre encontro com você em minhas lembranças. Mesmo que não sejam encontros marcados previamente e com consentimento mútuo, mudam a cor do meu dia ou o rumo diário da minha história. Sei que o tempo passa e pouco muda o que já foi mudado. Entretanto, uma lembrança ou uma esperança sempre podem aparecer de repente e o que era caso encerrado, volta a renascer. Idas e vindas que a mente permite, só a vida não faz acontecer. Ou talvez, tudo não passe de uma recusa inconsciente em esquecer o que me fez feliz durante um tempo de minha vida! Afinal, sentimentos maduros requerem contato, toque, pele. Precisam de palavras - ditas ou transmitidas pela boca, olhos, ações e emoções. Na ausência de qualquer desses itens é apenas a miragem do amor.
Diante desse impasse, prefiro voltar às lembranças, como o sedento peregrino que busca o seu oásis, na imensidão do deserto. A esperança o mantém caminhando, mesmo que não saiba quando ou se vai encontrar o paraíso tão desejado. E se não encontrá-lo em tempo hábil, sabe que o esquecimento virá de alguma forma, sem que precise se antecipar, negando-o. Quanto a mim, sei apenas que, quando essas lembranças chegam, alegram meu dia e fazem-me visualizar momentos improváveis, que só um coração enamorado sabe projetar.

Campo Minado!


Não sei mais onde colocar meus pés! A cada passo, temo que tudo vá de novo pelos ares e a minha vida vire de ponta cabeça outra vez. Por isso, escolho bem onde pisar, avalio prós e contras, observo sinais e faço um relatório mental que, provavelmente, nunca revisarei. Afinal, os fatos nunca se repetem da mesma maneira e dificilmente as oportunidades voltam iguais às que perdi no passado. Mas, com todos esses cuidados, mesmo que caminhe cada vez mais devagar, consigo reduzir riscos e aumentar a sensação de que estou fazendo algo efetivo para preservar minha felicidade!
Mesmo assim, é impossível manter-me indiferente ao que acontece no mundo que me cerca. Por vezes, quase perco o fôlego de pavor quando vejo seres que caminham despreocupadamente, como se a vida não fosse um campo minado e eles não corressem perigo a todo instante. Nesses momentos, sinto-me ainda mais segura, mesmo que contida, nesta espécie de bolha que me envolve. Mas estranhamente, mesmo consentindo que esses cuidados hoje me protegem, percebo que uma parte de mim inveja esses seres! Não consigo identificar exatamente em que isto se baseia. Quem sabe, talvez queira experimentar um pouquinho só de sua liberdade para escolher e realizar seus sonhos, mesmo que estes pareçam tão pequenos diante daqueles que, imagino, um dia realizarei. Ou talvez, queira fazer uso de uma fração de sua doidice, de sua capacidade de amar e se entregar profunda e intensamente, sem precisar avaliar se, quando o futuro chegar, algo ainda permanecerá igual ao que estava antes. Ou quem sabe, seja apenas para sentir uma porção inteira de sua alegria, de seu descomprometimento com a coerência, que permite mudar de ideia a qualquer momento, quando julgam que o novo que chega é o melhor que podem oferecer a si mesmos.