Ontem seria seu aniversário e a saudade de você bateu mais forte... Faço as contas e, assustada, confirmo que já se passaram 27 anos desde que você se foi! Coisa estranha, a forma como o tempo acomoda as lembranças dentro do coração. Mas, de vez em quando, a saudade represada derruba a barreira imposta pelo tempo e de novo as lembranças ressurgem, fresquinhas, como se tivessem acabado de acontecer... Você não foi apenas meu pai – foi meu amigo, companheiro, cúmplice, o meu maior fã! Em pequenos gestos, você revelava o amor que havia em seu coração, mesmo que tentasse esconder o quanto o carinho de seus oito filhos fazia você feliz! Era tão bom receber seu abraço, depois de uma longa viagem, quando eu voltava para visitar você e mãe. Saudosa, eu me segurava em seu pescoço e o cobria de beijos e você, fingindo-se bravo, limpava o rosto com a mão, dizendo que não gostava dessas coisas... Eu ria e, sem me importar com seus protestos, beijava você uma, duas, três... – quantas vezes fossem necessárias para você desistir e receber, de bom grado, o que seu coração já havia aceitado desde o primeiro instante! Até que chegou o dia que você ofereceu o rosto para receber o meu carinho sem qualquer resistência.
Ah! meu pai! Sinto tanto sua falta... De sua sabedoria amiga, das muitas vezes que me ensinou sem dizer uma palavra. Das outras em que falou e suas palavras foram um bálsamo para o meu coração. De outras em que você apenas segurou a minha mão e sua força passou a ser a minha força...
Um comentário:
Escrevi este texto no dia seguinte ao seu aniversário, que seria no dia 27/11, mas só postei hoje. Esse é o motivo para a diferença de datas...
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