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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Próprio Caminho




Ela sentou-se na cama, o coração acelerado, sentindo a ansiedade contida nos instantes finais do sonho! A cena vinha se repetindo insistentemente nos últimos tempos: queria chegar a um determinado lugar, mas, depois de inúmeras tentativas e voltas, continuava sem encontrar o caminho. Se o cenário mudava ou mudavam as pessoas envolvidas de um sonho para o outro, permanecia a mesma sensação de ansiedade, angústia e impotência por não conseguir concluir o trajeto. Para acalmar-se um pouco, decidiu acender a luz e colocar as idéias no papel. Precisava aproveitar a insônia compulsória para livrar-se do que a estava incomodando.
Várias perguntas surgiram em sua mente: estaria se sentindo perdida diante dos acontecimentos de sua vida? Ou a questão era saber que caminho a levaria onde desejava chegar? Ou, mais especificamente, a necessidade era encontrar o seu caminho para atingir suas metas?
Diante do impacto dessa última pergunta, constatou que muitos de seus próprios sonhos não tinham sido ainda alcançados. Em contrapartida, havia assumido sonhos que não eram seus, trilhado caminhos que não foram escolhidos por ela e nem atendiam aos anseios de seu coração. Havia ajudado a materializar os ideais de outras pessoas, deixando que os seus ficassem em segundo ou terceiro plano.
Ainda que esta não fosse a análise correta, encaixava-se perfeitamente no momento. Trazia à luz uma parte de sua vida, à qual nunca havia dado atenção. Este seria o motivo para o sonho se repetir tantas vezes - para ela se dar conta dessa lacuna? Para confiar e ter a necessária coragem de arriscar-se para alcançar suas metas? Sua sensibilidade mostrava que era chegado o momento de escolher o seu próprio caminho e atender aos anseios de sua individualidade.
Esclarecidos os motivos de sua ansiedade, voltou para a cama e adormeceu serenamente...

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