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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Restaurando a Alma



Tenho saudades de outros tempos, de outras paragens, de velhos amigos, de tantos pedacinhos de minha vida, que ficaram para trás... Uma saudade despretensiosa, que surge inesperadamente e que não tem por objetivo trazer de volta quem ou o que já passou. Ela existe por si mesma, sem gosto definido, vazia de arrependimentos ou desejos escondidos. Como se apenas quisesse unir, por um instante, dois tempos, dois lugares, duas pessoas que estão distantes no presente ou apenas a que sou hoje e a que fui anos atrás.
Nesses momentos, muitas vezes eu me pergunto por que a vida muda ou distancia o que antes já foi tão unido. Demorei a aceitar que as separações não se devem apenas aos fatos da vida. Na verdade elas são o resultado de mútuas e repetidas incompreensões, de indiferenças acumuladas, do esquecimento que faz apagar o bem recebido, da intolerância com as pequenas diferenças, da impaciência com as pequenas limitações de cada um. Ou, resumidamente, elas são as consequências tardias da pressa de viver, da novidade atraente que se insinua e ocupa o lugar do que antes era tão bom!
Com a alma restaurada, descubro que a minha saudade é uma revelação!

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