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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Com todo meu amor...




Mãe, ontem seria comemorado mais um aniversário seu, mas foi apenas outra data que passei sem você! Caminho no tempo e colho as tristezas e alegrias compartilhadas ao longo de nossa vida em comum e, inevitavelmente, sua saudade volta a doer. Só a certeza de seu amor, que permeia todos os instantes, preenche o vazio de sua ausência. Tudo se mantém quase igual ao que era antes.
Já se vão quase 27 anos desde que você partiu, mas seu exemplo continua presente na vida de seus filhos, netos e amigos que tiveram o privilégio de sua convivência. Com pequenas atitudes você conseguia realizar grandes resultados. Suas decisões eram sempre firmes, para proteger ou vencer aos desafios de educar seus oito filhos, desdobrando-se em seus diferentes papeis: mãe, esposa e companheira; de filha e irmã. Sobretudo, de uma grande amiga de todos nós.
Entre tantas manifestações de seu amor, lembrei-me hoje de um caderno que você escreveu para mim, quando a vida e o casamento levaram-me para as terras distantes do planalto. Registrou carinhosamente em suas páginas pequenas dicas para o meu dia a dia de dona de casa inexperiente: o que fazer ou não fazer, a melhor maneira de fazer, de cuidar, de organizar. Receitas simples e fáceis para surpreender agradavelmente o amor que me levou para longe de você. Até cheguei a pensar, do alto de minha (in)suficiência juvenil, que tudo aquilo era um pouco de exagero de sua parte:
 "– Duvidaria de minha capacidade?" cheguei a perguntar. 
Só depois compreendi que apenas procurava preencher a distância física que eu estaria de seus cuidados, de seus conselhos e de seu amor de mãe. Hoje este caderno já passou para uma de minhas filhas para, quem sabe, um dia fazer por ela o mesmo bem que fez para mim.
Ainda que muito carinhosa, sei que não fui uma filha perfeita. Não segui todos os seus conselhos, nem recebi seus cuidados sem reclamar. Depois a vida se encarregou de mostrar e ensinar que você teve razão em todas as suas advertências, pois na juventude não sabemos identificar todos os perigos da vida, disfarçados de oportunidades. Apenas afirmo que em nenhum momento duvidei de seu amor, até mesmo quando ainda não estava preparada para valorizá-lo.
Se hoje eu devo ao meu próprio esforço a vitória sobre as lutas diárias, sei também que devo ao seu amor, seus cuidados e seus ensinamentos a força de permanecer na trilha certa, sem desfalecer.


"In memoriam" deste ser especial que tive o privilégio de chamar de "mãe"!

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Nascer Outra Vez





A experiência já havia comprovado que pior que formar um conceito equivocado é não revê-lo. Diante dos olhos atentos, a transformação tão esperada já estava acontecendo! Um pensamento intrometido ainda tentou argumentar que isto poderia ser apenas uma reação de momento e que depois tudo voltaria à mesmice das velhas atitudes. Contudo, havia no ar um sopro de esperança nova, de que novos tempos estavam a começar.
Até então, ela se recusara a crescer. Mantivera-se fortemente agarrada às suas ideias, evitando e adiando uma tomada de posição diante da vida. Por próprio querer, seu tempo de menina adolescente estendera-se além do previsto, para adiar o instante de se assumir. Se outros quiseram interferir para acelerar ou simplesmente estimular o processo de amadurecimento, não conseguiram passar de meras tentativas de fora para dentro! A transformação verdadeira precisava ser gestada dentro dela mesma.
O primeiro sintoma das mudanças que se aproximavam foi o sentido de responsabilidade; elas passaram a ser assumidas e cumpridas. Depois veio a defesa de seus limites, apoiada pela firmeza e agilidade mental diante dos acontecimentos da vida. Tudo indicava que o ciclo da metamorfose começara a se fechar, que a dor de crescer já não incomodava tanto, amenizada pelas conquistas que se anunciavam.
O empurrão final veio de um fato inesperado. O sofrimento, como sempre, foi mestre valioso. De surpresa, mostrou em seus braços o que ela nunca vira até então. Na dor de perder o outro, sentiu a própria dor de se perder de suas origens. No final das contas, foi essa mesma dor que a resgatou; que revelou e exigiu de si mesma a sua verdade! Diante do inevitável ela nasceu, definitivamente, outra vez!

Para a borboleta mais jovem do meu jardim...

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Para Praticar Um Ano Novo!


 


Chegou outra vez o momento de fazer o que escolhi praticar a cada início de ano. Com a antiga e a nova agenda diante de mim, começo a conferir datas e nomes da agenda anterior, para refazer anotações de eventos e aniversários de todos os seres com os quais tenho a alegria de conviver. Como de outras vezes, logo nas primeiras folhas as reflexões começam a surgir, misturadas com muitas emoções e algumas saudades. Cada nome anotado promove uma avaliação rápida sobre o que representa aquele ser na minha vida.
Sandra... Maria... Humberto... Virgílio etc. A lista é longa e marca o calendário, dia após dia. Muitos nomes se repetem a cada ano, novos são acrescentados, outros decido reescrever por mais este período. Existem aqueles que permanecem socialmente no papel, mas que já não fazem parte do meu dia a dia, enquanto outros sempre estarão no meu coração, sem que importe o tempo e a distância em que estejam. Existem também aqueles que partiram de minha vida, independentes do meu querer.
Diante de cada anotação eu me pergunto que ações praticadas favoreceram manter o ser que este nome representa em meu coração. Ou que atitudes assumidas afastaram aquele outro de minha vida. Faz-me refletir porque o grau de proximidade e importância de alguns muda com o passar dos anos ou porque as alegrias de um período se transformam nas tristezas e saudades de outros, mesmo quando não ocorreram separações irreversíveis.
Dentro de sua simplicidade, esta atividade me permite fazer um balanço anual em relação a mim mesma, ao avaliar os resultados apresentados. Mais que uma anotação, este exercício requer sinceridade e minha total atenção para que não seja apenas uma repetição mecânica. Com ele reavalio minha vida afetiva e faço uma limpeza em todos os recantos de meu coração.
Cada nome anotado na agenda faz recordar alegrias, desperta gratidão, revela o bem que já foi recebido, apaga possíveis mágoas escondidas, retira a importância de pequenos desentendimentos. Esta singela prática faz avivar motivos e argumentos para cuidar e preservar minhas amizades. 


Começa Uma Nova Aventura!


 
Ancoramos em mais um novo ano! Nestes primeiros momentos os sonhos naturalmente se renovam, sem se importarem se são realizáveis ou não. Afinal, nem todas as escolhas e desejos do coração são fundamentados na lógica. Vindos de diferentes partes, muitos votos se cruzam e se misturam, acrescentando um colorido diferente para os pequenos fatos do dia a dia.
Faço uma prece muda e peço a Deus que os novos tempos sejam portadores de mais alegrias que tristezas e despertem no coração aquela sensação boa de que a providência está ao meu favor.
Um ano onde realize diferentes conquistas, construa novas esperanças e que as alegrias e risadas aconteçam com mais frequência. Que elas me façam lembrar os tempos e as alegrias da juventude, para resgatar do esquecimento a velha confiança inquebrantável de que tudo pode ser transformado. Um tempo em que tudo seja realmente melhor, começando pelos meus pensamentos, palavras e ações. Em que trabalhe intensamente para que os velhos projetos saiam da gaveta e finalmente frutifiquem, e que o amor que desejo esteja bem ao alcance de meu coração.
Que este seja um ano de descobertas, de grandes aventuras, de muitas viagens para lugares distantes. Um ano de muitas realizações, de companheirismo e de parcerias felizes.
Que neste novo ano eu me encontre e me revele em minha essência mais pura e que a felicidade se manifeste em minha vida com todo seu poder e sua luz!