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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

As Duas Faces


Se pensar com um pouco mais de otimismo posso dizer que, nós seres humanos, não somos de todo maus. Se pensar por um ângulo menos cético, posso afirmar que também somos bons. Para que estas não sejam apenas palavras ao vento, preciso rever diferentes posições assumidas, decorrentes de decepções ou expectativas não correspondidas.
Sempre que me pergunto em que direção caminha a humanidade, sou tomada por uma profunda tristeza, pois as conclusões a que chego não são nada animadoras. O primeiro impulso é olhar apenas um lado dos fatos, especialmente o negativo. Esta é uma avaliação rígida, que utiliza meus padrões pessoais e desconsidera os universais. Por isso, tenho me empenhado, dia a dia, para enxergar o mundo e as pessoas avaliando suas duas faces – o lado bom e o outro que é necessário evoluir, para ser justa com ambos. Procuro exercitar o respeito pelas diferenças porque, se crio padrões, depois acredito que o que criei é o certo - o que fica fora disso é condenável. Para escapar dessa ótica egoísta, preciso praticar o que tenho de melhor e me predispor a ver o mesmo no meu semelhante. Porque falta amor e sobra egoísmo neste mundo. O impulso comum é pensar no Eu, no Meu, ao invés de em Nós e Nosso! Porém, "se eu quero a sua felicidade e você quer a minha, nós dois seremos felizes"! É preciso deixar de lado o egoísmo e praticar o amor. Afinal, nem tudo é o que parece ser.
Também existem atitudes e criações que enobrecem a espécie humana. A arte, em todas as suas expressões, nos aproxima do Amor, a parte de Deus que se manifesta em cada ser da criação. Da pedra extraímos esculturas; com a união dos sons compomos as mais belas sinfonias; com o uso das palavras fazemos a literatura, a poesia; com as cores presentes na natureza criamos obras maravilhosas e colorimos nossa vida; com a inteligência criamos as ciências, que proporcionam melhor qualidade de vida para todos! 
É preciso aprender a enxergar e equilibrar os dois lados do temperamento humano, para um dia chegarmos a criar a PAZ dentro de nós!

Salvem o Futuro!



Nada mais é como foi antes. O que importa hoje não é o que importava tempos atrás. Tudo está mudando e, infelizmente, não posso dizer que é sempre para melhor. Bens materiais desperdiçados. Bens morais que foram se perdendo enquanto juntamos quinquilharias que não podemos levar para lugar algum. Individualidades invadidas, questionadas e massacradas em nome de uma igualdade não condizente com a diversidade que Deus criou. Luta-se por ideologias, por poder, pela cor, pela religião, pelas opções - menos pela vida. A intolerância entre os diferentes deixa de lado a semelhança do gênero humano. Aliás, humano? Como se comprova esta condição? Com a ciência ou com o amor? Torna-se inimigo aquele que não pensa, vive ou sente igual, apesar de compartilharmos o mesmo espaço na criação. Vivemos no mesmo planeta – lindo, abençoado, rico de recursos, completo de possibilidades, enquanto muitos ainda creem que o paraíso virá depois. Não cuidamos, não conservamos, não protegemos o nosso mundo – especialmente de nós mesmos. Não nos sentimos responsáveis com o que fazemos a ele. Pela ignorância das consequências, infringimos todas as leis que regem o universo. Na pressa inconsciente de chegar à parte alguma, delegamos para as gerações futuras a resolução de todos os problemas que criamos e corremos o risco de que não haja futuro para as próximas gerações. 

Minhas Verdades





O que sei de mim ainda é pouco. Por mais que pense me conhecer; ainda me surpreendo com minhas ações, enquanto tento controlá-las e modificá-las. O que sei sobre os mistérios da vida e do universo é quase nada, comparado à imensidão da criação que me rodeia. Nem mesmo o tempo sei administrar corretamente. Nem mesmo à Vida compreendo, respeito e valorizo tanto quanto sei que deveria. Visto em sua grandiosidade, o saber é seletivo e exige níveis adequados de entendimento e muito empenho para ser alcançado. O que alguns sabem naturalmente pode ser inimaginável e inacreditável para muitos outros.
Entretanto, quanto gostaria de aprender e entender sobre tudo o que existe ou que apenas intuo existir - além de mim mesma, além deste mundo, além desta vida, muito além das minhas possibilidades atuais. A verdade é única, mas o parte que já tenho dela ainda é tão pequena quanto uma cabeça de alfinete, solta no universo! Estas e muitas outras inquietudes me acordam no meio da noite, enquanto meu próprio espírito me revela, em sonhos, coisas que ainda não consigo decifrar.
*A sabedoria universal ensina que existe um caminho inicial para ser trilhado, que permitirá alcançar o conhecimento. Ele me levará a internar-me dentro de mim mesma, para conhecer melhor minha paisagem interna. Quanto mais conheça sobre este ser que eu sou, mais facilidade terei para entender o mundo e os seres que me cercam. Entre as belezas e os abismos internos, devo aprender a multiplicar as primeiras, ao tempo que conheço, harmonizo e embelezo os demais. Aprenderei a identificar as trilhas perigosas, para evitá-las; encontrarei o caminho seguro que me leve aos meus tesouros internos. O começo de tudo é agora. O prazo limite é a eternidade...

*Baseado na Sabedoria Logosófica

sábado, 3 de janeiro de 2015

Contraditório Século 21


 
 
Diante da passagem do tempo, muitas vezes não consigo evitar uma nostalgia que se espalha pelos vãos de minha alma, ao relembrar-me que nem tudo sei, nem tudo vivi e o quanto ainda tenho por aprender. São sensações que me levam para longe de onde estou e que não tenho certeza em que direção fica. Refaço velhas perguntas e descubro que ainda não sei responder, satisfatoriamente, a nenhuma delas: De onde vim? Para onde vou? Quem sou? Enquanto as tragédias diárias continuam sendo produzidas pela imperfeição humana, o Amor tem seu valor reduzido ou trocado por bens materiais e poder. Uma provável consequência é as pessoas ficarem cada dia mais perdidas perante a si mesmas e aos acontecimentos que não conseguem controlar, nem evitar.
É contraditório que, em pleno século XXI, poucos consigam controlar a força do instinto sobre suas ações. Este, que antes preservava a vida de nossos antepassados pré-históricos, hoje já não está direcionado apenas à sobrevivência. Apegados à matéria, muitos seres comportam-se como se a vida fosse eterna neste plano e não existissem consequências para suas escolhas e atuações. Engavetam seus valores morais; acumulam riquezas como se pudessem levar os bens adquiridos para qualquer lugar, mesmo além da vida. Esta, por sua vez, é tratada como um brinquedo - se quebrar é possível comprar outro igualzinho. E a lei mais desvirtuada é que tudo tem seu preço – dos segredos à dignidade. Para chegar onde se deseja, vale vender até a alma.
Por mais que os fatos demonstrem o contrário, ainda confio na força do amor – que cura, que protege, que une, que supera diferenças. Confio no amor que se doa, que oferece sempre o que tem de melhor. No amor que luta por melhores condições de saúde e pelo direito de viver de todos. Mas, quando a fobia de se comprometer emocionalmente com o outro provoca indiferença, o resultado é solidão disfarçada de independência.

Loucuras de Poetas...





Todos têm um pouco de loucura – em especial os poetas, porque a sanidade os mantém prisioneiros da realidade. Uma suave loucura os liberta e com ela podem viver e criar o que quiserem, sem que se sintam comprometidos em atender padrões que não estabeleceram. Para si, reservam o dom de transitar entre os mundos com leveza, sem roubar a poesia dos momentos vividos. Sua mente não tem pátria, fronteiras, formas fixas ou credos.
Independente de sermos poetas ou não, também desejamos e esperamos realizar nossos melhores votos – para nós mesmos e para os seres que amamos. Na contramão desses desejos, nossas escolhas unem ou separam pessoas e deixam lembranças que não podemos e nem sempre queremos apagar.
Em relação às minhas pequenas loucuras, prefiro escondê-las em algum cantinho da mente, para protegê-las de indagações indiscretas que nem eu ouso responder. Mesmo com todo este cuidado, algumas são desobedientes e escapam de sua reclusão compulsória para invadir meu velho coração desprevenido. Apagam a linha imposta de lucidez e devolvem alguns sonhos antigos, como se o seu retorno fosse a garantia de que, em algum ponto da existência, eles irão se materializar. Já fora do meu controle, transformam-se em pequenas esperanças, às quais guardo com todo carinho e cuidado, para que nunca queiram me abandonar.