Diante da passagem do tempo, muitas vezes não
consigo evitar uma nostalgia que se espalha pelos vãos de minha alma, ao
relembrar-me que nem tudo sei, nem tudo vivi e o quanto ainda tenho por
aprender. São sensações que me levam para longe de onde estou e que não tenho
certeza em que direção fica. Refaço velhas perguntas e descubro que ainda não
sei responder, satisfatoriamente, a nenhuma delas: De onde vim? Para onde vou?
Quem sou? Enquanto as tragédias diárias continuam sendo produzidas pela
imperfeição humana, o Amor tem seu valor reduzido ou trocado por bens materiais
e poder. Uma provável consequência é as pessoas ficarem cada dia mais perdidas
perante a si mesmas e aos acontecimentos que não conseguem controlar, nem
evitar.
É contraditório que, em pleno século XXI, poucos
consigam controlar a força do instinto sobre suas ações. Este, que antes
preservava a vida de nossos antepassados pré-históricos, hoje já não está
direcionado apenas à sobrevivência. Apegados à matéria, muitos seres
comportam-se como se a vida fosse eterna neste plano e não existissem
consequências para suas escolhas e atuações. Engavetam seus valores morais; acumulam
riquezas como se pudessem levar os bens adquiridos para qualquer lugar, mesmo
além da vida. Esta, por sua vez, é tratada como um brinquedo - se quebrar é
possível comprar outro igualzinho. E a lei mais desvirtuada é que tudo tem seu
preço – dos segredos à dignidade. Para chegar onde se deseja, vale vender até a
alma.
Por mais que os fatos
demonstrem o contrário, ainda confio na força do amor – que cura, que protege,
que une, que supera diferenças. Confio no amor que se doa, que oferece
sempre o que tem de melhor. No amor que luta por melhores condições de saúde e
pelo direito de viver de todos. Mas, quando a fobia de se comprometer
emocionalmente com o outro provoca indiferença, o resultado é solidão
disfarçada de independência.
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