blog

sábado, 3 de janeiro de 2015

Contraditório Século 21


 
 
Diante da passagem do tempo, muitas vezes não consigo evitar uma nostalgia que se espalha pelos vãos de minha alma, ao relembrar-me que nem tudo sei, nem tudo vivi e o quanto ainda tenho por aprender. São sensações que me levam para longe de onde estou e que não tenho certeza em que direção fica. Refaço velhas perguntas e descubro que ainda não sei responder, satisfatoriamente, a nenhuma delas: De onde vim? Para onde vou? Quem sou? Enquanto as tragédias diárias continuam sendo produzidas pela imperfeição humana, o Amor tem seu valor reduzido ou trocado por bens materiais e poder. Uma provável consequência é as pessoas ficarem cada dia mais perdidas perante a si mesmas e aos acontecimentos que não conseguem controlar, nem evitar.
É contraditório que, em pleno século XXI, poucos consigam controlar a força do instinto sobre suas ações. Este, que antes preservava a vida de nossos antepassados pré-históricos, hoje já não está direcionado apenas à sobrevivência. Apegados à matéria, muitos seres comportam-se como se a vida fosse eterna neste plano e não existissem consequências para suas escolhas e atuações. Engavetam seus valores morais; acumulam riquezas como se pudessem levar os bens adquiridos para qualquer lugar, mesmo além da vida. Esta, por sua vez, é tratada como um brinquedo - se quebrar é possível comprar outro igualzinho. E a lei mais desvirtuada é que tudo tem seu preço – dos segredos à dignidade. Para chegar onde se deseja, vale vender até a alma.
Por mais que os fatos demonstrem o contrário, ainda confio na força do amor – que cura, que protege, que une, que supera diferenças. Confio no amor que se doa, que oferece sempre o que tem de melhor. No amor que luta por melhores condições de saúde e pelo direito de viver de todos. Mas, quando a fobia de se comprometer emocionalmente com o outro provoca indiferença, o resultado é solidão disfarçada de independência.

Nenhum comentário: