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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Rua sem Saída


Outro dia fui deixar uma encomenda na casa onde se hospedava uma amiga de minha irmã, que estava a passeio pela cidade. Com este objetivo, saí à procura do endereço que me foi passado e vi que era um setor que não conhecia muito bem. Entre muitas voltas e mais voltas, em certo momento concluí que poderia cortar caminho, passando por certa rua. Depois de rodar algum tempo, percebi que estava passando pelos mesmos lugares, como se estivesse dirigindo em círculos.
- Alguma coisa está errada, pensei.
Levei alguns minutos para conseguir voltar ao local onde havia entrado. Quando passei pelo muro que dava acesso à rua, pude ver uma pequena placa meio escondida entre as folhagens, que avisava: “Rua sem saída”. Comecei a rir de mim mesma, pela falta de atenção. Obviamente, não chegaria a lugar algum por aquele caminho.
Tomei outra direção, mas aquele pequeno episódio ficou dando voltas em minha mente. Lembrei-me, por analogia, de tantas “ruas sem saída” que encontramos em nosso trajeto pela vida. Elas podem ser comparadas com algumas situações ambíguas que aceitamos viver, ou escolhas equivocadas e decisões precipitadas que assumimos, sem antes avaliar suas implicações. Infelizmente, de cada vez que isto acontece não há, como no endereço físico, um aviso de alerta para evitarmos o sofrimento e o constrangimento a que muitas delas nos levam. Diante disso, só encontro duas saídas para essas situações. A ação preventiva exige muita atenção e avaliação de todas as possibilidades diante de cada situação que a vida nos coloca. A curativa, mais dolorosa que a primeira, exige a decisão de voltar sobre os próprios passos, sempre que se fizer necessário. O motivo de ambas as ações é único - não ficarmos presos, indefinidamente, no seu percurso sem saída.

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