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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Por falar em saudade...


Saudade tem o costume deselegante de aparecer sem marcar horário. Mesmo quando é esperada, provoca um desassossego no coração; mesmo quando é boa, deixa um gosto de nostalgia. Suas causas e consequências são diversas e imprevisíveis.
Gosta de chegar de mansinho, como quem não quer nada e, quando me dou conta, já ocupou meu coração inteiro, sem dar a ele a menor chance de escapar. Outras vezes fico tão atordoada com sua força, que tento abrir uma porta no meu coração e ir embora, deixando-a para trás com as lembranças que trouxe. Em outros momentos, essas mesmas lembranças são transmutadas em razões inquestionáveis, para que eu queira ficar e lutar...
Já mergulhei voluntariamente em suas águas turbulentas, sem ter qualquer noção para que lado elas me levariam e confesso que algumas vezes foi difícil voltar. Já chorei de saudade, escondida num canto, sem poder falar com ninguém o motivo, só para não ouvir que eu já tinha sido alertada. Já ri sozinha, quando a saudade me fez lembrar um momento mágico de alegria – vivido em algum ponto da vida, que nunca mais pude esquecer. Já quis sumir para um lugar onde ela não me alcançasse; já perdi o fôlego quando ela ficou maior que o ar que cabia em meu peito. Já fiz de tudo para me desencontrar dela, por saber que ela chega assim que algo ou alguém especial acabou ou partiu. Até pensei que o melhor seria dividir a saudade em mil pedacinhos, para que ela nunca mais volte a ser inteira. Talvez assim possa evitar que ela ocupe o espaço, que eu tenho reservado para você...

4 comentários:

planeta powerpoint disse...

Que lindo.
A saudade e igual para todos.
Para mim, como para voce ou Clarice Lispector.
Ou sera porque somos poetas!!!

Anônimo disse...

É... ninguém consegue escapar da saudade...

Liara disse...

Deu saudade de tanta coisa...

Anônimo disse...

Oi vim fazer uma visita no seu blog, que chic e por sinal já deu saudade da senhora.. Arlene