Ultimamente, tenho finalizado meus textos com uma imagem que se encaixe na ideia central que eu quero passar. Como se fosse o retrato do pensamento que está na minha mente. Porém, onde existe uma regra, sempre há uma exceção. Neste caso, a que ilustra este texto fez o caminho inverso. Esta capturou meus pensamentos logo ao primeiro olhar, antes de escrever sequer uma linha.
Não por acaso, ela me remeteu a uma visão familiar à minha infância, transcorrida em frente às linhas da Estrada de Ferro Central do Brasil, em Diamantina. Junto com outras crianças, muitas vezes brincava de andar sobre os trilhos. A aposta era ver quem se mantinha ali por mais tempo, sem cair. Sem que soubesse ainda, aquela brincadeira era uma antecipação do mesmo equilíbrio que deveria ter no futuro, para trilhar os acidentados caminhos que encontraria pela vida.
Hoje, algumas vezes preciso aceitar que não estou no comando de todas as situações – em relação a nada e a ninguém e que não são apenas as minhas ações e decisões que determinam o encaminhamento dos fatos. Preciso repetir isto mentalmente para não me ver pior, ou melhor, do que sou; nem enxergar o outro pior, ou melhor, do que consegue ser. As palavras, sozinhas, não podem definir ninguém e os fatos, mesmo inquestionáveis em outros momentos, percorreram caminhos que, hoje, muitas vezes se divergem. O resultado disso é uma ruptura na rota, uma bifurcação nos trilhos que, antes, corriam no mesmo leito do trem.
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