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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Confissões...

 
Por vezes, só por vezes, eu me canso de esperar pelo melhor, de amar sem ser amada, de confiar, apesar de tantos desenganos, que dias melhores virão. Diante da janela da minha vida, olho o tempo que passa e leva para longe quem não volta para mim, o sol que nasce e que se põe, a chuva que cai e encharca a terra, a lua que brilha como um farol na escuridão. Por vezes, quero parar de procurar por mim, enquanto estou perdida entre os fatos que não controlo, entre as palavras que calo e aquelas que não ouço, quem eu quero, dizer para mim. Por vezes, só por vezes, eu me sinto fora do mundo, enquanto acompanho o mundo que não me vê. E quando tudo parece não ter mais jeito, pequenas alegrias me chamam de volta. Ora é o abraço de uma criança, um sorriso puro de intenções, um amigo que estava longe e que lembra de mim. Nesse instante eu penso que, afinal, nada é tão mau assim. É então que eu me retomo, recomeço de onde parei, tiro a roupa da tristeza, livro-me das garras que me prendiam ao medo de não ser. Abro os olhos e vejo que o sol brilha, que a terra gira, que a vida é um presente que recebi, apesar de nem sempre fazer por merecer. E que há um amor que permeia tudo, que permite que cada dia seja como permito ele ser. É então que esqueço tudo o que pensei e que acreditei que estava ruim. Viver é muito mais que esperar por dias melhores, muito mais que o amor que não me quer, mais do que desejar que a vida se canse de mim. É fazer acontecer, mesmo que ainda não saiba o caminho que devo trilhar. É agradecer quem eu sou, agradecer quem poderia ter sido e não consegui ser. Agradecer o que tenho e esquecer o que perdi, pois o que perdi já estava perdido de mim, sem eu saber...

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