A abordagem pode ter algumas variações, mas
sempre com um ponto em comum – atrair a atenção pela ganância ou pela vaidade.
Como de praxe, iniciam confirmando a identidade de quem está do outro lado da
linha.
- Alô! Falo com a senhora fulana de tal?
Após a confirmação, iniciam uma conversa
envolvente e fazem uso de uma série de argumentos, com fins de atrair a
simpatia e justificar o golpe da sorte que virá no final.
Aquele teve um começo igual, mas o final foi tão
inesperado, que vale a pena relatar.
Após a confirmação de ser a pessoa procurada,
recebi a informação de que havia sido selecionada como formadora de opinião do
jornal “tal assim assim”, para participar da dita promoção. Por uma fração de
segundos, ainda que ciente do fato de que atrás daquele lustro no ego vinha “coisa”,
a sabotadora que co-habita em mim brilhou de prazer diante da expressão. Mas, antes
que o estrago fosse maior, a mente advertiu atenta :
- Como posso ser formadora
de opinião se nem assino o tal jornal?
De início, houve um leve incômodo do
outro lado da linha. Talvez, para disfarçar o jato de água fria, a proposta foi
repetida, ignorando a minha observação risonha. Ainda sem me molestar, repeti a
mesma observação. Qual não foi o meu susto quando a voz envolvente se transformou
numa exclamação de enfado, seguida da frase:
- Você é muito chata!!! E desligou o
telefone na minha cara.
Depois da surpresa inicial, dei boas risadas.
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