Quando os princípios morais que regem a vida
de um ser são flexíveis, constatamos que quanto mais poder ele tenha, mais
difícil fica que as consequências de seus próprios atos cheguem até ele,
protegido por um escudo de privilégios. Há sempre a possibilidade de empurrar
para o outro, o que cabe a si mesmo como responsabilidade e, deste, para outro,
mais outro e assim sucessivamente, até que a ninguém caiba a culpa ou punição
pela falta cometida. A inteligência desta ação está no fato que, ao ser dividida
entre muitos, ela passa a não ser de ninguém, individualmente. Para dar
veracidade às aparentes punições, alguns são jogados aos leões, para fingir
imparcialidade e impedir que as ações alcancem os realmente responsáveis.
Este falso remédio tem sido utilizado repetidamente
através dos tempos, sempre para o benefício de muitos e o bem geral dos
interessados, como panaceia para os males físicos e morais que os atacam e que,
por isso mesmo, nunca se curam.
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