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quarta-feira, 17 de abril de 2013

A Espera...

 
Súbito, a imagem encontrou meus olhos e imediatamente me encantou! Não sei bem se pela beleza ou pelo inusitado da cena. O momento ímpar, captado pela sensibilidade e registrado pela lente atenta do fotógrafo, fez a minha mente divagar! Na esquina de uma rua movimentada, o homem vestido com roupas comuns segurava em uma das mãos um guarda chuva amarelo e na outra um ramalhete de flores coloridas, enquanto a chuva caia torrencialmente à sua volta. Parecia indiferente aos sorrisos e olhares curiosos que despertava, especialmente das mulheres, que talvez desejassem que a atenção e o mimo fossem para cada uma delas. Seu olhar estava fixo numa direção e expressava certa expectativa, como se o objeto de sua espera pudesse surgir a qualquer momento no final da rua.
Com esta imagem congelada na retina, peguei-me conjecturando sobre os fatos que motivaram aquele momento. Seria um pedido de perdão, um pedido de casamento, uma homenagem para alguém especial? Seria apenas uma surpresa ou uma atitude previsível em quem proporcionou? Seria uma despedida? Um reencontro desejado, depois de muitos anos? Que atitudes e sentimentos terão despertado em quem estava sendo esperado? O que sentiu quem esperou? Convivendo num equilíbrio momentâneo, uma atitude única pode se subdividir num leque de possibilidades! Afinal, o que meus olhos veem contém apenas uma pequena parte da realidade completa...
Contudo, algo pode ser aprendido... A espera tem algo de mágico, porque nos prepara para viver o momento do encontro com antecedência e um pouco mais de consciência. Ela nos faz refletir sobre o que a motivou, os sentimentos que despertou a ausência, e o que nos propomos fazer para que o encontro seja real e se perpetue.

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