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terça-feira, 2 de abril de 2013

Dentro ou Fora da Interseção?




Foi uma surpresa incômoda sentir-se excluída de um acontecimento que, outrora, estaria garantida a sua inclusão. Naquele gesto não premeditado, viu, num primeiro momento, apenas o que estava fora da interseção: as diferenças, os distanciamentos, a desunião. “Eu pra cá, você pra lá”. Por isso, naquele instante ela sofreu!
Pouco depois seu coração, incomodado com a conclusão precipitada, buscou recordar os momentos de união, os momentos de parceria, as alegrias compartilhadas e tristezas divididas. Lembrou a amizade de longa data, distribuída pelas horas do dia a dia da vida. Lembrou as conversas intermináveis sobre conquistas, descobertas e padecimentos mútuos. Lembrou o sorriso da amiga, a fala alegre, que nem a distância conseguia fazer esquecer.
Quase que de imediato, apagou o falso sofrimento, a dor sem causa, a cobrança de um gesto que poderia ter começado nela, sem esperar a iniciativa partir do outro lado. Naquele momento descobriu que apenas havia enxergado o que estava em desarmonia em si mesma. Fez uma pausa, silenciou o conselheiro suscetível, reconsiderou - e voltou a unir o que a visão distorcida de suas fragilidades havia tentado separar.

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