A adversidade sempre provoca em mim silêncios,
que deixam ouvir o que nunca consigo escutar, em meio ao burburinho de falas
simultâneas da felicidade. Ela me encerra entre as paredes de meu ser, e, sem mais
alternativas, faz-me avaliar minhas atuais condições e reavaliar o que fiz para
chegar até aquela situação. Depois, como boa mestra, me ensina os possíveis caminhos
para vencer os próximos obstáculos, se realmente quero chegar a um resultado
diferente.
No limite da dor e da adversidade aconteceram
as maiores transformações de minha vida. Com elas coloco à prova minha capacidade física
e psicológica para persistir na luta ou enxergo quão tolas e falsas são as falas
da vaidade, quando alimentam a crença de que “isto nunca vai acontecer comigo”.
É no silêncio compulsório da adversidade que identifico minhas fortalezas e
debilidades, ambas ignoradas por mim muitas vezes. Ou sinto o despertar de
talentos adormecidos, que nem eu sabia ter. Aprendo a enxergar e valorizar pequenos
gestos, a identificar o amor de certos olhares. A aceitar, com valentia e humildade,
o que em tempos mais felizes acreditava que seria insuportável para mim. Com a
adversidade aprendo também a pedir, a ouvir, a aceitar. Especialmente, aprendo
a esperar o tempo necessário para ultrapassá-la, com a certeza inabalável que
dias melhores vão chegar!
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