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quinta-feira, 31 de março de 2011

A Obra de Arte da Vida




Diante de uma obra de arte com características impressionistas, alguns detalhes prendem a atenção. Segundo definição, "as figuras não têm contornos definidos e, através de pinceladas curtas e o uso de cores puras, o artista procura transmitir uma ilusão perfeita da vibração da luz e cor presentes na natureza". Provavelmente por isso, quanto mais próximo do quadro, menor é a nitidez do desenho. Percebe-se apenas manchas coloridas e destacadas que, aparentemente, não fazem qualquer sentido. Porém, à medida que se afasta da tela, a disposição das cores começa a ganhar coerência, até chegar o ponto de deparar-se com uma obra de arte admirável e identificável ao olhar. Esta peculiaridade da obra impressionista sempre despertou a minha admiração e revela, ao mesmo tempo, um pequeno segredo para a boa convivência que, sempre que se faz oportuno, procuro recordar e aplicar.
Diante de um problema, uma situação difícil, uma convivência desgastada, nem sempre é possível resolver as diferenças ou enxergar todos os ângulos de imediato. Limitado pela proximidade, o entendimento não sabe separar as razões nem enxergar os detalhes da situação como um todo. Para saber apreciar cada fato de maneira imparcial e moderada, é necessário um afastamento voluntário, um recolhimento temporário dentro de mim mesma. Preciso deixar que transcorra um espaço de tempo entre o fato e a ação correspondente para resolvê-lo. Só assim verei o que de início parecia indecifrável ao meu entendimento.

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