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quinta-feira, 24 de março de 2011

Personagem Imperfeita

 
 
Em certos momentos da história escrevo para mim mesma, pela incerteza se haverá, por parte de quem lê, um coração capaz de entender minhas palavras. Mesmo assim, a cada pensamento registrado deixo a minha marca, que talvez seja reconhecida algum dia, por seres que sentiram alegrias, angústias e inquietações semelhantes às que senti.
Ao escrever, sigo um caminho solitário e interno, onde redescubro meus passos. Aqueles que dei para a frente e os que voltei atrás; até mesmo aqueles que avancei no tempo, na esperança de vislumbrar a realização de meus sonhos.
Para ser verdadeira em meus relatos, preciso muitas vezes recordar quem fui, para entender e aceitar a pessoa que sou hoje. Nesse ir e vir, encontro sentimentos que construí, também outros que perdi. Presenças que entraram em minha vida e que depois partiram, outras que continuam ao meu lado, mesmo que já não estejam mais aqui.
Capturo e prendo, com minhas palavras, visões, desejos, alegrias e tristezas de uma vida que enfrento bravamente, mesmo sem saber (ainda) se tudo está relacionado com a missão que tenho para cumprir comigo mesma. Enquanto escrevo, enxugo minhas lágrimas com novas esperanças e reavivo certas lembranças que, mesmo depois de tantos anos, continuam enraizadas profundamente dentro de meu coração..
Hoje sei que a vida, em sua concepção, é uma história perfeita, onde a grande maioria dos personagens ainda são imperfeitos. Tanto coadjuvantes como protagonistas ainda não sabem interpretar à perfeição o seu papel. Porém, enquanto vivo, aprendo. E quando aprendo realmente, melhoro a qualidade de interpretação da minha história pessoal.

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