Em certos momentos da história escrevo para mim mesma, pela incerteza se haverá, por parte de quem lê, um coração capaz de entender minhas palavras. Mesmo assim, a cada pensamento registrado deixo a minha marca, que talvez seja reconhecida algum dia, por seres que sentiram alegrias, angústias e inquietações semelhantes às que senti.
Ao escrever, sigo um caminho solitário e interno, onde redescubro meus passos. Aqueles que dei para a frente e os que voltei atrás; até mesmo aqueles que avancei no tempo, na esperança de vislumbrar a realização de meus sonhos.
Para ser verdadeira em meus relatos, preciso muitas vezes recordar quem fui, para entender e aceitar a pessoa que sou hoje. Nesse ir e vir, encontro sentimentos que construí, também outros que perdi. Presenças que entraram em minha vida e que depois partiram, outras que continuam ao meu lado, mesmo que já não estejam mais aqui.
Capturo e prendo, com minhas palavras, visões, desejos, alegrias e tristezas de uma vida que enfrento bravamente, mesmo sem saber (ainda) se tudo está relacionado com a missão que tenho para cumprir comigo mesma. Enquanto escrevo, enxugo minhas lágrimas com novas esperanças e reavivo certas lembranças que, mesmo depois de tantos anos, continuam enraizadas profundamente dentro de meu coração..
Hoje sei que a vida, em sua concepção, é uma história perfeita, onde a grande maioria dos personagens ainda são imperfeitos. Tanto coadjuvantes como protagonistas ainda não sabem interpretar à perfeição o seu papel. Porém, enquanto vivo, aprendo. E quando aprendo realmente, melhoro a qualidade de interpretação da minha história pessoal.
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