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domingo, 8 de abril de 2012

Cuide de suas palavras


Algo com o qual poucas vezes nos ocupamos em avaliar é a última coisa que dissemos a alguém, antes de nos afastarmos. Frequentemente deixamos esta eleição ao sabor do acaso, do nosso humor do momento ou de acordo com as emoções que eles nos provocam. Não há um cuidado consciente com as próprias palavras, como se sempre tivéssemos ao nosso dispor todo tempo da vida para desfazer possíveis mágoas que tenhamos provocado com elas em outro coração. Como, felizmente, as fatalidades não acontecem todos os dias, nem sempre somos sacudidos pela dor e continuamos em nossa inconsciência diária.
Na grande maioria das vezes, não temos presente que, de cada vez que pronunciamos palavras amargas e veementes, acionamos uma força invisível, capaz de criar barreiras e arrefecer sentimentos em quem as escuta. Fazem entrar em ação um mecanismo de defesa, com o intuito de preservar do sofrimento que algumas vezes elas provocam. Muito além de simples melindres, o distanciamento sensível é a consequência mais comum.
Se tivéssemos isto mais presente em nossa mente, cuidaríamos mais de nossas palavras e ações, sem apenas atribuir a outrem a responsabilidade sobre o que também cabe a nós evitar. Na ligeireza de extravasarmos nossos incômodos, não pensamos que o outro pode não estar mais ali, quando nossa saudade provocar a vontade de procurá-lo novamente. O arrependimento tardio de nossas ações não poderá reverter suas consequências.

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