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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dom Quixote de saia

sem saber
tomou posse dos meus sonhos
tirou o meu sono
provocou o pranto meu.
despertou toda a emoção
que guardava contida
que tentei passar esquecida
até ao meu coração.

revelou-me
que os sonhos não morrem
não se perdem,
não são sonhados em vão.
ficam apenas suspensos no tempo
escondidos no infinito
esperando o momento exato
para ocupar outra vez o coração.

esta seria a explicação
para sentir esta ânsia d’alma
esta busca incansável
que vem de outros tempos
que até se mistura
às doces recordações da infância?

quando de olhos abertos
projetava inimagináveis aventuras
idealizava presenças queridas
que me abrigariam em seus braços
ao longo de minha vida?

naquele tempo já sonhava...
ah! como sonhava...
determinada já acreditava
ser um Dom Quixote de saia,
sem reino
sem armadura,
eternamente em busca de meus sonhos,
tal como ele à sua Dulcinéia...

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