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sábado, 12 de março de 2011

Como nos Velhos Tempos...



Hoje, ainda bem cedinho, sua saudade veio me acordar! Logo que abri os olhos, procurei por você em minha vida e só encontrei lembranças de nossa história, gravadas à minha volta e dentro do meu coração. Depois percebi que, se fizesse silêncio e aguçasse um pouco mais o ouvido, ainda conseguiria ouvir sua voz a chamar meu nome, para tirar-me de alguma brincadeira infantil que se estendeu além do que havia permitido. Ou sua voz afinada a cantar os sofrimentos de um amor não correspondido ou impedido pelas circunstâncias. Tudo como nos velhos tempos...
É impossível negar que sinto falta de seus cuidados, até mesmo daqueles que um dia julguei exagerados e desnecessários. Desde as travessuras de criança, às incompreensões da jovem, passando pelas rebeldias da adolescente, você nunca foi omissa – a tudo corrigiu, como também perdoou de coração aberto! Confesso que nem sempre a entendi ou ouvi seus conselhos como deveria! Talvez porque naquele tempo podia tê-los a qualquer momento, bastando apenas expressar um pedido e logo você me atender. Só depois, quando também me tornei mãe, pude entender seu coração, que se preocupava tanto com a tranqüilidade do meu. Afinal, filhos são pedacinhos que se desprendem de nós e criam vida própria. E quando crescem, mesmo sofrendo, precisamos deixá-los viver sua própria história. Assim, parti para buscar meu lugar no mundo e, mesmo sem você, vivi momentos de grande alegria e também passei por outros de muito pesar, onde o sofrimento foi o meu buril.
Talvez por tudo isto ou simplesmente por saudade, hoje queria tê-la aqui, para contar-lhe o que tem sido a minha vida desde que você partiu. Ainda que eu possa sentir sua presença ao meu lado, sempre que a dor ou a alegria me faz chamar seu nome. Nesses momentos, sinto como se uma força adicional se somasse à minha para erguer-me e ajudar-me a seguir em frente outra vez. Exatamente como nos velhos tempos...

Para minha mãe, onde estiver...

Um comentário:

Unknown disse...

Lindo! Também me recordo muito da vovó... E por saber o quão efêmera é a vida, valorizo demais a sua presença na minha!