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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Essência materna

A coisa não aconteceu de uma hora para outra - ela não dormiu de um jeito e acordou de outro. A mudança foi lenta, quase imperceptível. Quando começou a dar pelo fato, já não havia volta. Acredite se quiser: sentia-se mãe e filha de seus próprios filhos! Diante dos fatos, até já havia parado para observar suas atitudes. Será que tinha algo de errado com elas? Chegou também a se perguntar se estava ficando velha:
- Claro, né... Você não, só eu?
O que começou a perceber no dia a dia é que os dois papéis passaram a se misturar e se inverter repetidamente, como se uma essência materna estivesse impregnada em cada filho, a tal ponto de muitas vezes se perguntar confusa: quem é a mãe aqui???
Até chegou à conclusão que eles se realizavam e ficavam à espreita de qualquer pequeno deslize ou desatenção de sua parte para assumir o posto! Um descuido seu e lá vinha a bronca ou o cuidado maternal! Claro que, quanto mais velhos ficavam, melhor enxergavam suas bobeiras e, para cada uma delas, sobravam risadas!
Era uma festa para eles cada vez que tropeçava, que não entendia a piada, que perguntava o óbvio, que errava o caminho ou que esquecia a palavra!
Em contrapartida, se desmanchavam e viravam “bicho” quando qualquer imprevisto ou algum desavisado ousava perturbar sua tranqüilidade! Imediatamente enchiam-se de brios (tal como ela faria) e, se preciso fosse, choravam e lutavam a seu favor!
Em muitos momentos ela conseguia fazer farra com os fatos. Porém, haviam aqueles em que isso doía, porque soavam como um atestado de incapacidade para ela.
Fica a reflexão sobre o equilíbrio que deve haver e o respeito que sempre deve ser mantido entre ambas as partes.
Mas, uma verdade é inegável...
- Filhos, filhos... como não amá-los!!!
Como eles mesmos já haviam lhe ensinado a dizer:
– Isso é muito massa!!!

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