Diante do elevador, olhei fixamente o mapa com o título “Rota de Fuga”, escrito em negrito. Sem querer, sorri pelo duplo sentido que aquela expressão me transmitia. Lembrei que, na visão técnica, é apenas “um mapa que representa, através de símbolos apropriados, o trajeto a ser seguido pelo indivíduo no caso de necessidade urgente de evacuação do local, em função de incêndio, desabamentos ou outros casos fortuitos." A necessidade disto é que “a falta de indicadores de rotas de evacuação poderá ocasionar situações de pânico em emergências, onde o fator tranqüilidade é preponderante para a prevenção de acidentes graves”.
Mas, naquele momento, associei-a com atitudes mais corriqueiras e tão necessárias à vida ou à convivência – com o outro ou com os próprios desafios internos. Diferente da expressão “válvula de escape”, muitas vezes escolhida de forma impulsiva ou repetitiva, a rota de fuga requer ter pensamentos prontos, decisões cuidadosamente selecionadas dentro de um leque de possibilidades.
Em alguns momentos, é uma alternativa previamente planejada para desviar-me de conseqüências constrangedoras ou de sofrimento. Atua para aliviar a dor, evitar um confronto, sair de uma situação incapacitante ou de pânico. Em outras, liberta-me de caminhos traçados pelo destino e, livre de sua inexorabilidade, seguir meu próprio caminho, quase como se o anterior não existisse. Conscientemente escolhida quando a realidade circundante ameaça sonhos e esperanças, é a inteligência trabalhando a favor da própria felicidade!
Com todas essas reflexões, terminei por sorrir! Ao avaliar imparcialmente, descobri que, apesar de ter uma certa prática para encontrar ou traçar rotas para desviar-me de muitas dificuldades, ainda não encontrei uma rota de fuga para escapar desse amor que teima em agarrar-se ao meu coração!
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