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segunda-feira, 12 de julho de 2010
Insônia
O relógio marca uma hora da madrugada e a cidade já se aquietou lá fora. Um carro ou outro passa e seu ruído solitário corta a quietude da noite. Mesmo sem sono, fecha a janela do quarto e acomoda-se entre as cobertas. Cerra os olhos, na tentativa de relaxar o corpo, enquanto sentimentos desencontrados mantêm sua mente alerta. Em vão procura um lugar que seja mais confortável entre seus pensamentos para se refugiar. Tenta não pensar em nada, para não voltar ao mesmo repetido tema, até que percebe que é inútil lutar. Já não consegue desviar-se das perguntas que surgem, quando seu inconformismo ultrapassa a barreira imposta de aparente indiferença. Assim que entreabre a porta que guardava seus pensamentos, eles escapam aos tropeços. Em poucos instantes espalham-se por toda sua mente, enquanto planejam ações desencontradas. Partir e ficar. Duvidar e confiar. Esquecer e lembrar. Rejeitar e aceitar. Com um meio sorriso, rende-se à sutil ironia do momento. Ainda tenta identificar o que aquelas palavras educadas e hesitantes quiseram realmente expressar, sem que ultrapassassem o limite auto-imposto do que seria possível oferecer. As perguntas se repetem insistentes, assombrando seu coração, mas não encontra as respostas corretas. Revira na cama ainda por um tempo, até que o sono começa a entorpecer seus movimentos. Finalmente abandona-se em seus braços, bendizendo internamente aquele silêncio de trégua.
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