A empilhadeira atravessava a rua devagar.
Em função disso, depois de passar pelo quebra-molas, ela precisou permanecer um pouco mais de tempo parada, antes de arrancar com o carro. Foi quando viu o operador colocar o rosto para fora e lhe dar um sorriso que ia de orelha a orelha, acenando alegremente para ela. Foi algo tão inesperado que ela teve uma reação automática – correspondeu ao sorriso e ao aceno de mão. Imediatamente viu o rosto dele se iluminar de alegria! Sentindo-se bem consigo mesma, ela seguiu em frente, pensando no quanto é bom receber uma gentileza assim, quando menos se espera!
Porém, na manhã seguinte já não lembrava mais o ocorrido. Vinha de novo pela rua, a pensar nas coisas que precisava resolver, nos documentos que deveria reunir para fazer aquele cadastro, na grana que sua filha pediu para transferir para sua conta... De repente, ao passar pelo quebra molas, viu a mesma empilhadeira a fazer manobras na lateral da pista, tirando mercadorias de um caminhão para levar para o depósito do outro lado da rua. Já começava a acelerar com o carro, quando viu o mesmo operador lhe acenar e sorrir amistosamente. Não encontrou motivos para não corresponder ao seu gesto gentil e sorriu de volta. Desta vez levou um pouco mais de tempo a avaliar a situação. Tentou encontrar um motivo plausível para aquela atitude por parte dele, porém, logo concluiu que independente de qual fosse, importava apenas que era algo simpático e agradável, que ela valorizava bastante. Recordou que ele também havia ficado surpreendido, quando ela correspondeu ao seu aceno pela primeira vez.
À partir daí, estabeleceu-se uma combinação tácita entre eles – sempre que se cruzavam pela rua, trocavam um sorriso e internamente se desejavam um “Bom dia”. Pareciam contar e esperar por aquele momento para depois seguirem rumo aos seus afazeres diários!
Uma atitude como aquela tinha o poder de modificar o estado interno, qualquer que fosse ele. Era uma pequena atenção que se permitiam, um carinho que deixavam passar através da atitude simples de sorrir e acenar com as mãos. O mais difícil é começar, mas, se alguém tem a iniciativa de quebrar o gelo inicial, é possível colher ótimos resultados. Simples, faz um bem enorme e não custa nada!
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